Os Desvios Portossistêmicos (DPS) são comunicações venosas anormais que permitem que o sangue do sistema portal entre diretamente no sistema venoso sistêmico sem passagem pelo fígado.
Ocorre a anastomose desta ou de uma de suas tributárias com a veia cava caudal ou com a veia ázigos.
Os DPS são classificados em congênitos ou adquiridos. O DPS congênito desenvolve-se na fase embrionária, enquanto o adquirido ocorre como uma compensação orgânica, em função da hipertensão portal, decorrente de alterações como cirrose e hepatite.
Tal alteração significa que o sangue vindo dos órgãos digestivos da cavidade abdominal desemboca diretamente na circulação sistêmica, não passando pelo processo de destoxificação do fígado. Deste modo, substâncias tóxicas e hepatotróficas importantes, de origem pancreática e intestinal, são absorvidas e enviadas diretamente para a circulação, sem passar pelo fígado. Essa alteração do fluxo sanguíneo vai resultar em atrofia e disfunção hepática, diminuindo cada vez mais sua função metabólica e assim acumulando agentes tóxicos no sangue
Os principais sinais observados são relativos ao sistema nervoso central, como desenvolvimento de encefalopatia hepática.
Raças de pequeno porte e toys (Schnauzers, YorkshiresTerriers, Poodle, Malteses, Shitzus e Dauchshunds) são as mais predispostas a desenvolver DPS congênito sendo a forma extra-hepática a mais frequente. Em gatos, o desvio congênito extra-hepático também é a forma mais comum, embora desvios intrahepático já tenham sido relatados. Os DPS congênitos são mais comumente relatados nos felinos de pelo curto, como os Persas, Siameses e Himalaios.
Para o diagnóstico correto de desvio portos sistêmicos é necessário a realização de um minucioso exame físico associado a testes laboratoriais e exames de imagem (BICHARD; SCHERDING, 2003). Uma vez que os sinais e achados clínicos associados ao DPS são inespecíficos, parâmetros sensíveis são necessários para o seu diagnóstico (MEYER et al., 1978; ROTHUIZEN; VAN DEN, 1982; WALKER et al., 2001).
Os métodos de imagem menos invasivos que estão cada vez mais sendo utilizados na medicina veterinária para o diagnóstico de DPS são: ultrassonografia abdominal simples, ultrassonografia abdominal com Doppler, Angiografia por ressonância magnética, ARM com contraste, Angiotomografia computadorizada, TC Helicoidal e a Cintilografia via portal retal.
Na radiografia muitas vezes sugere-se hepatomegalia ou microhepatia, ascite e renomegalia. A cintilografia pode favorecer tais investigações. Ultrassonograficamente pode haver melhor estudo abdominal e constatar hepatomegalia ou microhepatia (a depender da congestão e da falência hepática, respectivamente), renomegalia, ascite, cristalúria, hipomotilidade intestinal, congestão e dilatação de vasos hepáticos e perihepáticos – valendo-se do uso de estudo doppler para otimização desta interpretação. A angiotomografia abdominal é indicada para confirmação do diagnóstico sugerido clínicamente e sonograficamente, além de conferir oportuno benefício sobre o posterior planejamento cirúrgico.
O tratamento clínico consiste no controle de perdas gastrointestinais e reestabelecimento hidroeletrolítico através de soroterapia com cristaloides, antibióticos que – apesar de requererem biotransformação hepática – contenham a potencial infecção bacteriana oportunista e reduzam a carga microbiana produtora de amônia, diuréticos para reduzir os danos da ascite (idealmente lançar uso dos diuréticos poupadores de potássio, como espironolactona), lactulose visando favorecer a motilidade intestinal e a neutralização de toxinas entéricas, dieta terapêutica (neste tema existe polêmica acerca do uso de proteínas que são importantes para combater a caquexia e a hipoalbuminemia, mas podem exacerbar a atividade microbiana e posterior síntese de amônia A correção cirúrgica se dá pela ligadura do vaso anômalo ou pela sua interrupção e estenose graduais garantidos pelo emprego de anel ameróide.
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